Bonde Moderno ou Metrô: projeto para quando?

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01/10/2013

Em 1988 um projeto de mobilidade urbana animava muitos os soteropolitanos que usavam o transporte público na cidade. O “Bonde Moderno” traria para Salvador uma grande mudança em sua paisagem urbana, o que promoveu grandes discussões, na época, sobre o novo meio de transporte previsto para entrar em funcionamento no ano 2000.

A Revista EXCLUSIVA procurou saber detalhes de toda essa futura estrutura. Em setembro de 1988, na 1º edição da revista foi publicada uma matéria de três páginas que relatava todas as polêmicas em volta do Bonde Moderno. Foi a primeira dúvida posta em cheque pela publicação, o que resultou no cancelamento de futuros anúncios na revista. O Bonde Moderno do então prefeito Mário Kértesz não aconteceu e milhões de reais foram jogados fora.

Dezesseis anos se passaram, muitas coisas aconteceram e o projeto do Bonde Moderno iniciado e que não se concretizou se uniu a outros projetos que entraram em cena, como o Metrô, que trazia em sua proposta as mesmas promessas de modernização e melhora do tráfego.

Por tudo isso, a Revista EXCLUSIVA não podia deixar de destacar esses fatos e fazer uma analogia. Além de comparar os dois momentos, a matéria que foi publicada em maio de 2004, a edição de número 64, trouxe questionamentos quanto ao plano de finalização das obras do Metrô, onde a 1ª etapa, o trecho Lapa/Pirajá, de apenas 12 quilômetros, estaria completo em 2003.

A justificativa pelo atraso era a liberação de verbas que fez com que essa meta se prorrogasse. Se o metrô já estivesse em funcionamento, 200 mil pessoas seriam transportadas diariamente, tirando 300 ônibus das ruas engarrafadas da cidade. Em apenas metade do trajeto já foram gastos o dobro do dinheiro previsto. Atualmente se estivessem em circulação mais verba seria gasta para a revisão dos equipamentos, que se quer foram usados ainda, já que a garantia oferecida pela montadora dos trens já venceu.

A expectativa que passam para a população é de que em 2014, devido a Copa do Mundo de Futebol, a obra seja finalmente concluída tendo um total de duas linhas. A linha 1, com o trajeto da Estação da Lapa até a Estação Pirajá, e a Linha 2, que vai da Avenida Mário Leal Filho (Bonocô) ao Município de Lauro de Freitas, cidade da Região Metropolitana de Salvador.

O Tribunal de Contas da União investiga as acusações de superfaturamento nas obras nas três gestões passadas. A atual gestão do prefeito ACM Neto quer transferir a responsabilidade de conclusão das obras e operação do sistema para o Estado.

Os soteropolitanos já encaram o Metrô como uma lenda urbana, muitos anos se passaram e várias gestões estiveram com este projeto em mãos, onde foram feitas algumas modificações incluindo a redução de algumas rotas, mas por algum motivo não conseguiram colocar em prática uma ação que já vem sendo pensada há, aproximadamente, 25 anos, mesmo tempo de existência desta publicação.

Salvador é uma das grandes capitais do Brasil que ainda não tem o sistema de metrô. O trânsito a cada dia que passa se torna um grande transtorno nesta que é a terceira maior cidade brasileira. Em horário de pico existem trechos onde os veículos permanecem parados ou trafegando lentamente durante horas. A capital que hoje abriga quase três milhões de habitantes ainda não conseguiu implantar um sistema simples e necessário para a população que sofre todos os dias com ônibus lotados e engarrafamentos extraordinários.

As polêmicas em torno desta obra são grandes, a imprensa se fez por esquecida e só se ouve falar do metrô em rodas de conversas informais. Os políticos de gestões passadas nem tocam no assunto, deixando várias lacunas para os questionamentos da população.

A Revista EXCLUSIVA continua focada nessa história.

Por Ana Luiza

 

DÚVIDAS

Além da “eternidade” da construção do metrô de Salvador, ainda não se sabe como e por que incrementaram uma linha de alimentação elétrica aérea, antiguíssima, compatível com os velhos trens comuns, quando em todos os metrôs modernos do planeta essa alimentação é rasteira, via trilhos. Alguém já pensou nisso?

Outra: o que justifica nos viadutos, pilares únicos seguido de pilares duplos sem nada a passar por baixo e ainda pilares duplos com a linha sustentada em apenas um pilar e o outro visivelmente sem absoluta necessidade, até um leigo em arquitetura e engenharia percebe a falha, como um jornalista, por exemplo.

Por Clóvis Dragone

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