Salvador meu Carnaval, o melhor do mundo!

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16/02/2018

Por Jornalista Clóvis Dragone

Não há dúvida: a Cidade de Salvador faz o maior e melhor Carnaval do planeta. Não tem Rio de Janeiro, Recife nem São Paulo certo. Na terrinha o show é geral. É no tamanho, em atrações, na organização, em camarotes, blocos, trios elétricos; em turistas, ocupação de hotéis, faturamento, segurança, saúde, absolutamente tudo que concerne e converge para o evento.

A capital baiana, a primeira capital do Brasil foi o principal destino dos turistas que vieram curtir o Carnaval no Brasil. A ocupação hoteleira beirou os 97%; os camarotes estavam lotados; nas ruas nunca se viu tanta gente brincando e se divertindo em todos os 10 dias de folia, que começou de verdade no dia 2 de fevereiro, com a festa de Yemanjá, se estendendo até a Quarta-Feira de Cinzas com o arrastão do gigante Léo Santana, que puxou mais de 50 mil foliões que insistiam em continuar na gandaia. Foram mais de 1100 horas de música num espaço de 10 dias, segundo o prefeito ACM Neto.

Circuitos do Carnaval de Salvador

Circuito Barra/Ondina / Dodô
Circuito Campo Grande / Osmar
Circuito Batatinha (Pelourinho)
Beco das Cores
Circuito Orlando Tapajós
Carnaval no Circuito Mestre Bimba
Carnaval no Circuito Sérgio Bezerra
Carnaval no Pelourinho
Carnaval no Furdunço
Vila Infantil

Carnaval nos Bairros

– Cajazeiras: Campo da Pronaica, em Cajazeiras X

– Periperi: Praça da Revolução.

– Itapuã: Centro de Atividade do Parque Metropolitano Lagoa do Abaeté.

– Liberdade: Praça Nelson Mandela em frente ao Plano Inclinado.

– Boca do Rio: Parque Poliesportivo.

– Pau da Lima: Praça Nossa Senhora Auxiliadora.

– Plataforma: Praça 15 de Abril.

– Centro Histórico: Praça da Cruz Caída e no Terreiro de Jesus.

– Ilhas: ilhas dos Frades, de Maré e Bom Jesus dos Passos.

Começo oficial do Carnaval

No dia 3 de fevereiro a festa carnavalesca literalmente começou com o “Fuzuê”, na Barra. Em seguida, no dia 4, foi a vez do “Furdunço”, uma programação instituída na primeira gestão do atual prefeito para resgatar os carnavais de outrora, com bandinhas e fanfarras. O Furdunço faz o percurso do Circuito Orlando Tapajós que faz o trajeto Ondina/Barra partindo do Clube Espanhol e termina no Farol da Barra. O nome do circuito é uma homenagem ao carnavalesco Orlando Campos de Sousa, conhecido como Orlando Tapajós, o criador do trio elétrico atual, que em 1972 fez uma homenagem ao cantor e compositor baiano, Caetano Veloso, lançando o “Caetanave”, um trio elétrico em forma de avião. Na verdade foi estranha a indicação do nome de Orlando para um circuito que não pode desfilar trio elétrico, só passam pelo Circuito Orlando Tapajós quem obedece às regras da programação, mas valeu a homenagem.

No Circuito Sergio Bezerra se faz o percurso a partir do Farol da Barra, seguindo pela Avenida Oceânica até o antigo Barravento, rumo em direção da Rua Airosa Galvão, finalizando no início da Avenida Centenário, e nesse anos contou com cerca de 30 atrações.

Continuando com o Carnaval pela orla de Salvador, o Circuito Barra/Ondina, denominado de Circuito Dodô, um dos parceiros que criaram o trio elétrico em 1950, o inventor do “pau elétrico” que deu origem à guitarra, faz o percurso partindo do Farol da Barra até as “Gordinhas”, em Ondina, passando pelo Morro do Cristo, Clube Espanhol e Aeronáutica, onde se concentram o maior número dos camarotes do circuito. Vale salientar e registrar que a Revista Exclusiva foi quem montou o primeiro camarote da área, instalado no extinto Restaurante Galettu’s, de propriedade do mesmo grupo, posteriormente passou a montar em frente ao Clube Espanhol, no final do Morro do Gato, local que ficou conhecido na época como a “Ilha da Exclusiva”, deixando de ser instalado na primeira gestão do antecessor do atual prefeito.
O Carnaval do Campo Grande, denominado de Circuito Osmar, era o mais tradicional até o final dos anos 1990 e início de 2000, quando começou o esvaziamento dessa localidade rumo ao Circuito Dodô, que na época era considerado um circuito alternativo. De 2005 em diante, ouve um êxodo descontrolado do Circuito Osmar com destino ao Dodô, esvaziando o Centro da Cidade das principais atrações, que, consequentemente levou junto o grande público para a Barra.

A partir do início da primeira gestão do atual prefeito da capital, começou a revitalização do Carnaval do Circuito Osmar, culminando em 2018 com o melhor Carnaval dos últimos 10 anos na localidade. Foi um esforço do poder público, tanto da Prefeitura quanto do Governo do Estado que entenderam a importância e o clamor do folião que prefere o Centro da Cidade para brincar o Carnaval. Os poderes trouxeram juntos grandes nomes do Carnaval baiano a exemplo de Saulo Fernandes, Cláudia Leitte, Daniela Mercury, Léo Santana, Psirico, Sarajane, Harmonia do Samba, É o Tchan, Ricardo Chaves, Alavontè, Edu Casanova, Denny Denam, Duas Medidas, Carla Perez, Banda Eva, Aviões do Forró, Daniel Vieira, Igor Kannário e Os Irmãos Macedo, além de mais uma centena de outras atrações e blocos carnavalescos.

Nesse circuito, o bloco mais esperado foram As Muquiranas, seguido de Oludum, Filhos de Gandhy, Cortejo Afro, Alerta Geral, Amor e Paixão, Os Negões, Ilê Ayiê, Ibéji, Comanches, Didá, entre muitas outras entidades carnavalescas que desfilaram na avenida de quinta e terça feira de Carnaval.
No Circuito Batatinha, que corresponde ao Centro Histórico da capital baiana, o Carnaval é uma festa a parte. Não há trios elétricos nem atrações midiáticas. Por lá a fanfarra toma conta das ruas e o palco recebe nomes importantes da música popular brasileira.

O Circuito Batatinha acontece do Pelourinho às praças da Sé e Castro Alves, e é destinado aos foliões que brincam o Carnaval ao som de fanfarras, marchinhas e pequenos blocos que desfilam na área. Nada a ver com os demais circuitos, principalmente os agitados circuitos Dodô e Osmar, inclusive na decoração, que remete aos carnavais ornamentados e multicoloridos. A ausência dos trios atrai famílias inteiras com muitas crianças e idosos, além de muitos turistas, principalmente estrangeiros que aproveitam para conhecerem a arquitetura barroca e ao mesmo tempo brincam o Carnaval.

Carnaval da Barra

O Carnaval da Barra foi o mais concorrido. Milhares de foliões se reversavam durante o tempo todo, diuturnamente. No computo geral acumulativo, estima-se que mais de 10 milhões de pessoas frequentaram este circuito que apresenta as melhores e mais importantes atrações do Carnaval da cidade, seja nas ruas ou nos camarotes. É onde se concentram os grandes camarotes do Carnaval soteropolitano, que atraem turistas brasileiros de todo o país e estrangeiros dos quatro cantos do planeta, sobretudo da Europa.

Polêmica

A maior polêmica do Carnaval do Circuito Dodô foi literalmente a transformação para um carnaval gay. Até aí, nada de errado, os gays são gente como qualquer outra pessoa, pagam impostos, gastam, se divertem, enfim, têm os mesmos direitos dos quem não são, porém, o que chama mais atenção não é a grande concentração de LGBT no circuito e sim as atitudes exageradas dos carinhos trocados entre eles, uma verdadeira orgia em praça pública de forma agressiva e desrespeitosa.

O que teria demais nos dias de hoje, dois homens se beijarem em um lugar público? Nada de errado, cada um beija quem quer, mas a maneira como fazem e muitas vezes entre três e até quatro homens de uma só vez, na frente de qualquer pessoa, inclusive crianças e idosos, isso sim, é o que causa a polêmica. Essa questão não atinge apenas ao grupo LGBT, heterossexuais também têm passado dos limites, o que é mais raro, é verdade, mas não fica isento. Porém a quantidade de ações praticadas pelos foliões gays é excessivamente maior e mais explicito.

Circula nas redes sociais um casal hétero fazendo sexo encostado em um camarote, ato igualmente repudiado por quem estava por perto, tanto que filmaram e postaram na Internet. Contundo, um ponto que não se pode deixar de registrar é que o carnaval gay é o mais tranquilo, dificilmente se vê uma confusão, uma briga. Se não fosse o exagero nas trocas de carinhos, seria só festa, inclusive para ser vista por qualquer outro folião ou espectador porque eles fazem jus ao termo “gay” que quer dizer alegre.

O Carnaval de 2018 foi um dos mais tranquilos de todos os tempos, com o menor índice de violências registradas nos órgãos públicos, nenhuma morte ou registro de agressão física grave ou com intervenção cirúrgica.

 

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