‘Se criou uma ilusão de que é possível fazer carnaval gratuito’, diz João Jorge, do Olodum

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30/11/2015

O líder do Olodum, João Jorge, falou sobre os rumos que o Carnaval de Salvador vem tomando e suas opiniões sobre o futuro da festa após ser envolvido na polêmica do Afródromo pelo secretário de Cultura da Bahia. “Pra funcionar é preciso captar recursos. Realmente, ou nós captamos, ou empresa privada vai captar, ou a gente tenta pelo ingresso. Porque assim, não há indústria do entretenimento que possa ser 100% gratuita. Isso é uma ilusão que está se criando na Bahia, de que é possível fazer carnaval gratuito, bloco sem corda, festa sem ingresso, camarote open bar. Tudo isso tem um custo, alguém paga. É o velho ditado ‘não há almoço gratuito’, se paga de alguma forma. E nós temos que prestar atenção que tão dizendo que a indústria do entretenimento deve ser perseguida, não deve existir, ela não é importante… ora, pra uma cidade como Salvador, a música, a dança, o teatro, o entretenimento é fundamental, pô. Emprega centenas de milhares de pessoas, gera recursos pra prefeitura, pro estado, atrai turista… Tem toda uma cadeia econômica importante. Se vamos organizar melhor um novo circuito, significa que uma parte econômica da cidade pobre, falida, vai se renovar, se reinventar, ganhar valor”, desabafou ele. Jorge ainda comparou a importância dada ao carnaval de Salvador e ao mercado do entretenimento na cidade a alguns países como EUA. “É simples. Tem que entender. O que tem nos Estados Unidos? Indústria do entretenimento: cinema, música, Brodway. A Espanha? Indústria do entretenimento. A França? A mesma coisa. Todo lugar que recebe muito turista tem que ter. A Bahia precisa ter isso. Parte dela é natural, que é o carnaval, a música, a alegria. Agora, como isso vai se organizar, não podemos dizer que a Barra é suficiente. Que a Barra cabe tudo, todos os blocos, os camarotes, que entra tudo lá. Não é verdade”, disparou ele.

Faltando cerca de dois meses para a folia de momo em 2016, João Jorge contou também os planos de seu bloco para a festa. “E num momento desse de crise, buscar uma alternativa é a melhor solução. Não tem cidade do samba, do futebol, da música? Criar isso pro Carnaval seria muito bom. Enquanto não sai, o Olodum vai indo aí, na sexta sairemos sem cordas, no Domingo com o bloco tradicional. Nós estamos ainda fazendo a captação do verão, com todos os tipos de possibilidades. Desfilar sem cordas, alguém tem que pagar. Uma parte o estado paga, outra empresa privada, outra a gente vai conseguindo… tem que ser assim”, finalizou ele.

 

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Fonte:BahiaNoticias

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