Muitas pessoas de Feira de Santana me olham com olhar de reprovação, até com raiva, porque eu simplesmente, falo a verdade, aquela verdade que, quase ninguém tem coragem de publicar, ou por medo de retaliação, ou por não poder fazê-lo por comprometimento político ou financeiro.
Em uma entrevista a uma rádio de Feira no ano passado, um repórter, muito educado e solícito me perguntou argumentando: “Dragone, o que você está achando dessa Micareta linda, maravilhosa, com tanta gente bonita e excelentes atrações contatadas pela Prefeitura de Feira de Santana?” – Respondi mais ou menos assim: o quê? De qual Micareta você está falando amigo? Estamos em Feira de Santana, numa Micareta feia, mal estruturada, totalmente desorganizada, com buracos enormes nas apresentações ou um trio atrás do outro, horríveis, com bandas desconhecidas e sem condições alguma de se apresentar num evento como esse. Trocaram Ivete Sangalo por um amontoado de bandinhas “roscrof” que dão nota de 15 e recebem 5. A única coisa que se salva aqui são os camarotes que a M4 montou, o ficou muito bonito, de resto, deveriam apagar da história.
Porém, o que essas pessoas que não gostam de mim pelo que eu falo não entendem é que, se eu critico, falo a verdade, é porque quero o melhor para esse evento que um dia trazia milhares e milhares de pessoas oriundas da capital do estado, de cidades vizinhas, e até de outros estados, para curtir uma Micareta bonita, pacífica, quase organizada (Carnaval organizado não é Carnaval.).
Na época da Av. Getúlio Vargas, tenho dito, era tudo de bom: participativa, bonita, gostosa, atraente, colorida, concorrida, etc., etc. Depois que levaram para a BR 324, no trecho correspondente a Av. Presidente Dutra, nunca mais teve o mesmo glamour de outrora.
Contudo, não diria agora, que levem de volta a Getúlio Varas para salvar esse evento que começa a fazer a trilha da extinção. Mas poderiam começar a mudar as cabeças que compõem a organização totalmente desorganizada; eliminar as pessoas que fazem as contratações há anos; escolher mais uma vez um lugar adequado para a montagem do evento e, sobretudo, definir quem paga a conta.
Carnaval de Salvador
Vimos criticando e alertando há 10 anos para a possibilidade de o Carnaval do Rio de Janeiro tomar o lugar do Carnaval de Salvador no Guinness Book (o Livro dos Recordes), como o maior Carnaval do mundo e como a maior manifestação popular do planeta, condição mais que explorada por todos que começavam a escrever ou falar do Carnaval soteropolitano. Era moda, era uma palavra de ordem. Alertamos e denominamos todos os pontos básicos para serem corrigidos e nada foi feito. Resultado: O Rio de Janeiro tem, hoje, e bem merecido, o Maior Carnaval do Mundo. Veja no link: http://www.revistaexclusiva.com.br/noticias/detalhe/1945/PRE-CAJU-2013–TODO-MUNDO-JUNTO-NA-MESMA-ENERGIA.html.
Para se ter uma idéia de como fazer um grande evento carnavalesco fora de época, veja o Pré-Caju, organizado por um grupo privado com o apoio total e fiscalização do poder público. Esse, de fato, é o maior e melhor evento carnavalesco fora de época do Brasil.
O que tenho a declarar sobre tudo isso é que, enquanto eu puder usar dos meios de comunicação independentes que me disponho para falar o que vejo e o que eu penso, continuarei, mesmo que isso me custe ficar de fora dos planos de gastos daqueles que poderiam fazer alguma coisa por esses eventos.
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Micareta de Feira vai ficar na lembrança II
Foto Fred Pontes: Cláudia Leitte na Micareta 2013
