O FIM DA IMPRENSA BRASILEIRA

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21/06/2020

Por: Clóvis Dragone –

O FIM DA IMPRENSA BRASILEIRA

INÍCIO DO FIM COM A INTERNET

Através da Rede Mundial de Computadores – Internet, as pessoas se informam pelas redes sociais, canais abertos, sem discriminação. Nas plataformas digitais se vê de tudo: notícias verdadeiras e quentes – acabou o furo de reportagem – notícias falsas as chamadas fake news, “abobrinhas”, correntes de todo tipo, enfim, são poderosos bancos de informações jamais sonhados há 30 anos. A famosa Enciclopédia Delta Larousse não tem mais serventia alguma, a não ser para eventuais recortes de suas páginas para trabalhos estudantis, tudo está disponibilizado no Google com apenas um toque no aparelho celular ou nos teclados de um computador.

Com o advindo da Internet com o Personal Computer – PC, no início dos anos de 1990, começou a derrocada da imprensa escrita e em seguida da radiodifusão e da televisão, esses dois últimos depois do ano 2010. A Internet causou o fechamento de milhares de veículos de comunicação do segmento revista e jornal por todo o mundo: os segmentos que mais sofreram por conta da Rede Mundial. A televisão e o rádio perderam o domínio da notícia com a difusão do WhatsApp e outras plataformas semelhantes devido a interação do público que discute, full time, as notícias muitas vezes apurando a manipulação dos fatos, a inserção de conteúdo e até mesmo as fake News, isso de acordo com cada veículo e seus interesses, sejam políticos, por convicção religiosa, pessoal, social ou comerciais – todo mundo virou um jornalista de si.

POLITIZARAM A NOTÍCIA

Observava desde 2005 que tudo vinha mudando de forma agressiva e contínua no mundo das comunicações.  O surgimento do extinto Orkut já trazia um prelúdio disso; a notícia estava dia após dia tomando conta da plataforma, não obstante as inserções das “abobrinhas” o que, aliás, contribuíram e muito para a extinção dessa rede social importante da época, substituída pelo Facebook, que segue no mesmo caminho.

Nessa época eu fazia o último semestre de Comunicação para ingressar oficialmente no mundo do Jornalismo – já atuava desde 1988 quando do lançamento da Revista EXCLUSIVA – e por vezes debati ferrenhamente com professores da faculdade onde estudava por afirmar que a Internet estaria ocupando o espaço da imprensa, sobretudo das revistas e jornais, que em breve muitos desses veículos sucumbiriam ao novo, ao progresso, à tecnologia: dito e feito. Pareceu uma profecia que também me pegou de calça curta, não havia me preparado para esse momento, apesar de defender a tese (contradição). Porem alguns professores rechaçavam a minha tese e como “prova” me apresentaram um texto de um jornalista português, escrito 10 anos antes, que negava completamente o que eu afirmava, baseando-me em experiência atual e própria – sofria a cada mês a perda de matérias redacionais pagas e anúncios institucionais por conta dos novos sites e plataformas digitais diversas – era o novo meio de comunicação.

Pois bem, hoje realmente tudo está dentro da Internet e nada mais será como antes: não haverá mais notícias exclusivas e furos de reportagens. Enquanto um jornalista está dando uma nota que pensa ser exclusiva, nesse mesmo momento tudo pode estar sendo noticiado pelas redes sociais, até mesmo por quem esteja com ele naquele “furo de reportagem”. Nada mais será secreto! Todo mundo virou fotógrafo, cinegrafista, repórter, todo mundo virou “jornalista”. Por conta disso as facções políticas se apoderaram desse engenho digital para disseminar suas ideias, ideais, planos, projetos; usam de todas as formas e como bem entendem, seja publicando artigos lícitos e legais ou as tais fake news, ou tentativas de convencer determinado público de algo que lhes seja favorável.

Dentro desse status, o jornalista começou a perder a importância, está desrespeitado e menosprezado, mesmo depois que o Supremo Tribunal Federal – STF, que aboliu a obrigatoriedade do uso do diploma de Jornalista para exercer a profissão no Brasil, dando poderes e direitos a qualquer pessoa a militar nessa profissão, ainda que não tenha sequer o curso básico completo, o que tem causado grande prejuízo aos noticiários, à gramática da língua portuguesa, à coerência, à ética e as normas da ABNT, essa então não mais observada, nem pelos próprios jornalistas profissionais. Tudo virou política, merchandise ou negócio!

Com a pandemia que assola o mundo, a politização da notícia é mais que flagrante, é berrante, é ultrajante. Isso não só no Brasil, mas em todo o planeta, porém, na terra que “em se plantando tudo dá”, não deixaria de brotar as fake news como brota o girassol. Aqui a politicagem “jornalitizada” fala mais alto que o grito do morcego que só é sentido pela audição de um cão, mas passa desapercebido pelos humanos. São gritos tão altos que soam em silêncio, mas que fazer um estrago irrecuperável à Nação.

Não vou citar nenhum veículo de comunicação, até porque, todos que leem esse artigo poderão concluir ou saber quais os mais tendenciosos que, inclusive, comentem o assédio moral, sexual e por último o financeiro, que na prática um superior hierárquico usa de sua prerrogativa para obrigar o seu ou sua jornalista ou repórter a escrever, reportar o que o seu veículo deseja de acordo com suas posições e interesses, com intimidação velada de demissão, corte de aditivos financeiros e promoção.

Por outro lado, sabe-se que muitos jornalistas são coniventes com seus patrões; não prezam mais pela ética, pela verdade, para muitos o que divulgam não passa de “ossos do ofício” – já ouvi jornalista dizer que “soldado mandado não tem crime”, como se publicar uma notícia que ele sabe que é falsa, não seja crime, no mínimo ético e moral. Enfim, eu diria que o jornalista virou para os patrões, para os editores de notícias, uma espécie de “prostituta da informação”, ao qual em se pagando, tudo dá, no ar. E olha que não obstante o tamanho do meu veículo de comunicação, eu também sou um editor, entretanto, jamais obriguei jornalista algum a escrever nada que não estivesse embasado na verdade, nunca tirei uma vírgula do texto, se não estivesse em lugar errado.

Estou muito preocupado com a prostituição da categoria, da minha categoria; não vejo nenhum futuro que mantenha a classe. Estão deteriorando o que foi outrora o “4º Poder” da nação brasileira. Não há mais vergonha, ética, moral; não se preocupam mais com a verdade. É tanta baboseira dita na TV, no rádio, nos sites, blogues, jornais e revistas que dói.

CENSURA JUDICIAL com apoio dos jornalistas

E para piorar ainda mais a situação do Jornalismo no Brasil, recentemente o ministro do STF, Sr. Alexandre de Moraes mandou fechar, confiscando todos os equipamentos do jornal digital FOLHA POLÍTICA, que não era de interesse do magistrado e seus aliados, abrindo assim um precedente perigosíssimo para a volta da censura, o que muitos esquerdistas lutaram contra, mas que, na verdade, vê-se claramente que é isso que desejam: censurar a imprensa adepta à direita do Brasil. Hoje não existe mais imprensa, o que existe são repartições políticas manuseadas por grupos políticos infiltrados nos veículos de comunicação; por comandos que desejam a mudança da democracia aberta e plena. Os que clamam pela democracia, na verdade clamam pela ditadura comunista. O Brasil não tem mais uma Constituição respeitada.

O pior da questão foi que não se viu um só ato de repúdio dos sindicatos de jornalistas, de associações representativas, da ABI, nada. Todos calaram-se, ao contrário do que aconteceu em junho de 1977, quando a Associação Brasileira de Imprensa – ABI, publicou um manifesto contra a censura, assinado por três mil jornalistas, dizendo ser o mais explícito documento em favor da liberdade de imprensa desde o tempo em que eles chamavam de “Golpe de 1964”. Na oportunidade, os censores do governo atuavam diretamente nos jornais independentes ou de oposição ao Regime Militar como “Movimento”, “O Pasquim” e “O São Paulo”; nas rádios e TVs. O manifesto da ABI alertava para que a “sociedade civil perdia o medo de denunciar o regime autoritário”. Correto! Mas, e o ato do Sr. Ministro do STF não foi autoritário? Foi constitucional?

Assim dizia a ABI: “Nós jornalistas manifestamos nossa disposição de lutar contra a censura e todas as formas de restrição à liberdade de expressão e informação; e firmamos nossa posição, contrária à manutenção dos atos de exceção que impedem o livre exercício da nossa profissão e, com isso, sufocam o debate e a participação consciente da população”. Ora, e por que não fizeram um manifesto em defesa do site Folha Política estourado e destruído a mando do Sr. Ministro do STF, Alexandre Moraes? Para que servem as entidades representativas da classe jornalística desse país? E o que fazem os senadores da República que não tomam uma providência exemplar para coibir práticas nocivas contra a Constituição, cometidas por ministros do STF? Só o Senado Federal pode investigar, ou até mesmo destituir um ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas calam-se todos, como se tordos tivessem seus telhados de vidro. Acabaram com o 4º Poder!

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