Estilista baiana apresenta suas obras em Paris no dia da Consciência Negra

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18/11/2015

Carol Barreto é convidada VIP da Semana de Moda Internacional – quarta edição da Black Fashion Week Paris, onde irá desfilar no Dia da Consciência Negra no Brasil, 20 de novembro, sua “Coleção VOZES: Moda e Ancestralidades, composta por 10 peças. Única representante e primeira estilista do Brasil a participar do evento, Carol Barreto é do Recôncavo Baiano e a primeira criadora de moda que assume a perspectiva anti-racista nas suas criações a alcançar visibilidade internacional. A quarta edição da Black Fashion Week Paris acontece de 19 a 21 de novembro de 2015, no Carreau du Temple, 4 rue Eugène Spuller, 75003, na capital francesa.

A organizadora da Black Fashion Week , Adama Ndiaye , ao conhecer o trabalho de Carol Barreto vislumbrou o forte potencial de repercussão dentre a mídia internacional e profissionais de moda em Paris. Adama Ndiaye é uma designer de moda senegalesa, que assina a marca Adama Paris. Suas peças, que são fabricadas no Marrocos, podem ser encontradas em Nova York, Tóquio, Londres e Paris. É fundadora e produtora de diversos eventos de moda, como o Dakar Fashion Week, Afrika Fashion Awards, que se tornou o “troféu de moda africana” (TMA) e Black Fashion Week que já foi realizada em Paris, Londres, Praga, Montreal e Milão. Adama e sua equipe também lançaram “África Fashion TV”, o primeiro canal de televisão do modo 100% Africano em abril 2014.

Na Black Fashion Week Paris diversos artistas também poderão potencializar suas experiências estéticas, no que tange às referências de negritude na contemporaneidade, pois o evento propiciará a troca de experiência profissional e intercâmbio cultural com criadores de moda de diversos países do continente africano como Senegal, Camarões, Líbano, Benin e Marrocos, além de outros países que compõem o grupo da Diáspora Africana no Ocidente.

Sobre a coleção:

A coleção “VOZES” evoca um debate sobre a pós-colonialidade e questiona: O que significa ser fruto de um país que foi colonizado? Como os povos colonizados encontram maneiras de resistir? As roupas mostram essas formas de resistência através da mistura de materiais diversos, que trazem traços dos colonizadores europeus adaptados e remodelados por nossa herança africana num resultado multicultural único. Não se trata de moda étnica, mas da moda evidenciando as raízes do Brasil sem exotismo e sem estereótipos.
Nessa história, os trabalhos manuais e artesanais foram centrais na manutenção do luxo de grupos privilegiados, bem como da condição de vida de muitas famílias trabalhadoras. Então, a coleção “VOZES” foi criada a partir do universo do patchwork, adotando o princípio do ethical fashion e da sustentabilidade socioambiental, utilizando técnicas de reaproveitamento de resíduos de tecidos.

A partir do reaproveitamento de resíduos têxteis, doados por uma confecção, a coleção foi elaborada. Os retalhos de tecidos africano, estampas florais e bases multicoloridas de fibras sintéticas e de algodão foram base para construção artesanal com técnicas de Manipulação Têxtil, em especial o Patchwork Geométrico e Orgânico, manipuladas sob orientação da artista equatoriana Karin Galvão para construção de tecidos exclusivos, confeccionados por um grupo de estudantes de duas instituições de ensino superior para elaboração das peças que compõem a Coleção Vozes. A cartela de materiais é composta por tecidos pretos e off whitede alta qualidade que com perfeição dos fios ao acabamento, misturam fibras naturais e tecnológicas como: linho + poliamida, algodão + poliamida, seda + viscose. A estes se agregam as técnicas artesanais de Manipulação e Transformação Têxtil num conjunto que provoca uma explosão de cores e o contraste necessário para expressão do tema da coleção. Como complemento, elege o crochet em pequenos detalhes e joias feitas à mão em fio de seda para compor o styling.

No percurso da criação colecionam-se inspirações na visualidade multicolorida das Herrero da Namíbia – que redesenharam a indumentária vitoriana com patchworkmulticolorido desde o séc. 19- e apura o olhar analisando tais provocações pós-identitárias junto à obra do artista inglês – de origem nigeriana – Yinka Shonibare, que redesenha cenas clássicas da nobreza europeia do século XVIII em esculturas feitas com manequins sem cabeça vestidos com peças características desse contexto, mas reproduzindo suas vestes em tecido africano

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Fonte:BahiaNoticias

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