A Bahia tem potencial para exportar música?

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11/08/2009

 

A Bahia tem potencial para exportar música e audiovisual? Esta pergunta esteve no centro do debate no Seminário Exportação de Serviços: Estratégias de Internacionalização de Música e Audiovisual, que reuniu produtores nacionais e internacionais, no dia 11 de agosto, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, em Salvador.

“Apesar das exportações de bens tangíveis no Brasil serem superavitárias, a balança de serviços ainda continua deficitária, mas os serviços de bens culturais e intangíveis, como a música e o audiovisual, apresentam grande potencial de inserção no competitivo mercado internacional”, afirmou o presidente do Centro Internacional de Negócios (PromoBahia), Ricardo Saback, durante a abertura do evento.

Para Saback, há mercado a explorar para a diversidade de ritmos e estilos produzidos no país. “A admiração internacional pela diversidade e riqueza sonora da música produzida no Brasil, sobretudo na Bahia, é um fator que impulsiona o segmento e pode gerar ainda muito mais empregos diretos e indiretos para nosso estado”.

Crescimento: Os bens culturais estão em franco crescimento no mercado nacional e internacional. “Nada menos que 7% do PIB mundial são provenientes da área cultural, da indústria criativa”, afirmou o superintendente da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), Carlos Paiva, que representou o secretário Márcio Meirelles no evento.

Segundo Paiva, a economia da cultura no Brasil vem crescendo 12% acima da média internacional e o desafio da Secult é promover o desenvolvimento da cultura como negócio. Além da música e do audiovisual, ele acredita que as áreas de moda, design e gastronomia também têm potencial para exportação.

“A exportação de serviços no Brasil, onde estão incluídos os bens culturais, ainda é deficitária, mas a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) vem investindo para mudar esse quadro”, afirmou o gerente da Apex Brasil, Bruno Amado. Ele anunciou que os investimentos previstos para o setor de serviços para 2009 e 2010 são de R$ R$ 23,8 milhões.

Segundo Amado, o setor, apesar de ainda pequeno, está em franca expansão. “Em 2008, o crescimento das exportações de serviços foi da ordem de 27,4% superior ao ano anterior. Na Bahia, especificamente, o aumento das exportações de serviços foi de 94,6% em relação a 2007”.

 

Parceria para exportar

 

Um caminho para a internacionalização do audiovisual é a parceria entre os países, sugeriu a produtora Claudia da Natividade, da Zencrane Filmes. Ela contou a experiência internacional do filme “Estômago”, uma parceria Brasil e Itália, apresentado em cada um dos países como uma produção nacional, que, juntos, ficam fortalecidos para conquistarem novos mercados. Além do sucesso de público e da conquista de mais de 30 prêmios – 15 no exterior e 20 no Brasil – , o filme está sendo comercializado em mais de 20 países.

Na área musical, a história é diferente, mas ainda há muito a explorar. O produtor David McLoughlin, gerente da BM&A, organização que promove a música brasileira no exterior, disse que depois da saída das gravadoras, o que se observa é um novo movimento, que exige maior profissionalização do artista.

“As oportunidades no exterior existem, mas dependem do próprio artista e produtor, que cada vez mais estão assumindo o papel que era do selo ou gravadora até poucos anos atrás”, afirmou. McLoughlin chama a atenção também para as novas formas de exportação de música, utilizando as novas mídias, blogs, portais agregadores, além do investimento na promoção de shows ao vivo. “De nada adianta tocar nas rádios se o público não vê de perto o artista”, afirmou.

O Seminário Exportação de Serviços: Estratégias de Internacionalização de Música e Audiovisual é uma realização do PromoBahia em parceria com as secretarias estaduais da Cultura e da Indústria, Comércio e Mineração, com patrocínio do Banco do Brasil e dos Correios. 

 

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