Troféu Castro Alves Especial 40 Anos do Axé-Music
Na noite de terça feira, 3 de setembro, foi realizada na Fundação João Fernandes da Cunha, a cerimônia de entrega do Troféu Castro Alves, onde estiveram diversos artistas, empresários da música e do Carnaval, autoridades, políticos e convidados.
Foram homenageados e contemplados com o Troféu Castro Alves in-memoriam, três abnegados pelo Carnaval e pelo Axé-Music, entre eles Wesley Rangel – fundador da Gravadora WR – que revelou e gravou todos os artistas do movimento musical desse movimento musical; Reginaldo Santos, ex-coordenador do Carnaval soteropolitano, ele que articulou a criação do Conselho do Carnaval – COMCAR, e o Projeto Ouro Negro. Foi presidente do Clube Fantoches da Euterpe e o empresário carnavalesco Alberto Tripodi, criador da Banda Novos Bárbaros e do Trio Tripodão, ele que foi o coordenador do Carnaval que oficializou o Circuito Dodô, o Carnaval da Barra, onde teve o Bloco Baby-Léguas criado pelo advogado e carnavalesco Otto Pipolo como a primeira agremiação carnavalesca a desfilar naquele circuito.
Alguns políticos e figuras importantes também foram homenageados nessa noite por terem participações efetivas na manutenção do movimento do Axé-Music e do fortalecimento e engrandecimento do Carnaval da capital baiana, entre eles a deputada federal e ex-prefeita de Salvador Lídice da Mata, que colocou o Carnaval como ponto estratégico do seu governo, instalou a Casa do Carnaval que reuniu o núcleo técnico da festa, juntamente ao COMCAR e a Coordenação do Carnaval, valorizando assim a comunidade carnavalesca, além de ter o Projeto de Lei instituindo o dia 17 de fevereiro o dia do movimento musical baiano Axé Music aprovado na Câmara dos deputados.
Outro político reconhecido pelo Troféu Castro Alves por seu trabalho foi Arnando Lessa, que teve seis mandatos na Câmara Municipal, ex-vereador constituinte que apresentou emenda à Lei Orgânica de Salvador, que criou o Conselho Municipal do Carnaval, democratizando a grande festa baiana.
Após a entrega da estatueta do Troféu Castro Alves, esculpida pelo mestre das artes, o italiano Giuliano Ottaviani, aos homenageados in-memoriam e aos políticos que fizeram a diferença no Carnaval e no ritmo dos baianos, chegou a vez de chamar ao palco nomes de personalidades que tiveram grandes participação no engrandecimento do Carnaval e na manutenção do movimento do Axé-Music como Merina Aragão, a técnica mais preparada e requisitada pelas administrações públicas municipais, respeitada em todos os órgãos públicos que, com seu grande conhecimento, ajudou nesses 40 anos da história do movimento a organizar com excelência e profissionalismo o Carnaval de Salvador. E não poderia ficar de fora, uma personalidade igualmente importante como o Dr. Otto Pipolo – carnavalesco, advogado, escritor, que liderou o movimento pela criação do COMCAR, quando foi presidente do Colegiado por duas vezes e Coordenador do Carnaval 94; presidiu oito congressos do Carnaval da Bahia, debatendo temas complexos, ajudando a organizar e democratizar a festa baiana. Continuando a homenagem às personalidades, o troféu destacou a influência do empresário César Tripodi, que fundamentou em suas atuações o incremento de palcos móveis, trio-elétricos temáticos e a “eletrificação móvel” através de sua empresa de geradores.
A noite da cerimônia do Troféu Castro Alves continuou com a homenageada à Banda Chiclete com Banana, representada por Wado e Wilson Marques, além do percussionista Valtinho e o cantor Khill que mais representou o Axé-Music com suas músicas cantadas por várias gerações. Também subiu ao palco para ser homenageada a Banda Papa-Léguas, criada pelo empresário Giuseppe Pipolo, que tem no comando do cantor João Pipolo, os quais receberam a estatueta. A Banda Papa, como é conhecida atualmente, foi uma das pioneiras no Axé-Music, que inovou no seu repertório musical, destacando-se do Carnaval da Bahia ao cenário nacional.
No segmento de blocos do Carnaval, o Troféu Castro Alves escolheu uma entidade carnavalesca que representa os blocos afros, bloco de trio e todos os que desfilam no Carnaval de Salvador, símbolo da resistência: Commanches do Pelô, liderado pelo icônico Jorginho Commancheiro, músico, carnavalesco, compositor, produtor artístico, comunicador, que levou o samba e a música da Bahia para vários países, entre eles a França, Portugal, Chile, Argentina, dentre outros!
Dando continuidade à noite das homenagens aqueles que contribuíram ou fizeram acontecer o movimento do Axé-Music, a Revista Exclusiva através do Troféu Castro Alves convidou artistas importantes desse movimento, como o cantor Xexéu, ex-Timbalada que, com sua voz inconfundível e danças inovadoras se destacou compondo e cantando as músicas das mais tocadas nas rádios e nos carnavais de Salvador; a Viviane Tripodi, cantora desde criança, cresceu dentro do movimento musical Axé-Music como atração do Trio Tripodão ao lado de renomados artistas, logo se destacando como uma das vozes mais bonitas fazendo sucesso e divulgando a música baiana em eventos por toda Bahia e Brasil, recebendo o título e o Troféu Castro Alves como se eterna “Princesinha do Axé-Mucic”; a Tonho Matéria, cantor, compositor, pianista, presidente da ONG Associação Sócio Cultural da Capoeira, compositor que possui mais de 500 canções gravadas, 11 CD’s solo, quatro CD’s Institucionais, dois DVD’s e milhares de discos vendidos. Suas músicas são destaques até hoje no repertório das maiores bandas da Bahia. Filipe Escandurras foi o mais novo integrante do segmento dos artistas que mantém o movimento do Axé-Music em evidência e sua participação no evento junto ao seu tio e Tonho Matéria, marcou o sucesso do evento que fica na história dos anais do Carnaval da Bahia como o único a reconhecer oficialmente a importância da participação de todos esses segmentos para o definitivo reconhecimento do Axé-Music como cultura rica e marcante da nossa música, legalizado pela lei da deputada federal Lídice da Mata que tornou o dia 17 de fevereiro como o “Dia nacional do Axé-Music”.
E finalizando o evento animado pela Banda Pegada D3 de Conceição do Jacuipe, foi a vez do Troféu prestar homenagem a dois jovens da música, a dupla de irmãos Juan e Ravena, mas não, dessa vez, por sua participação como cantores e compositores e sim como os fomentadores da “Geração 4” do trio elétrico. Juan que é arquiteto de formação acadêmica, apaixonado por trio-elétrico resolver investir seus conhecimentos técnicos na criação de plataformas de tiros que começa a tomar novo estrutural e visual, passando pela qualidade e preocupação com a segurança. Ravena, cantora e publicitária, além de fazer as planilhas de custos e probabilidades, também cuida do acompanhamento da construção dos carros onde serão montados o grande palco ambulante chamado pelos baianos de Trio-Elétrico. Juan e Ravena foram os mestres de cerimônia do Troféu Castro Alves Especial 40 Anos do Axé-Music. Na oportunidade aconteceu o lançamento da edição especial da Revista Exclusiva sobre o Axé-Music e a comemoração dos 37 anos da publicação.
Fotos: Juarez Carvalho – Diretor de Fotografia
Texto de Clóvis Dragone – DRT-Ba 2622
Jornalista, Editor da Revista Exclusiva
Criador do Troféu-Castro Alves
