Salvador: o “Carnaval dos (piores) Carnavais”

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27/02/2020

Salvador: o “Carnaval dos (piores) Carnavais”

É complicado para um veículo de comunicação independente contradizer uma afirmação categórica de um executivo do poder público, principalmente quando se trata do prefeito de uma cidade como Salvador. Essa foi a “palavra de ordem” que determinou o prefeito Antônio Carlos Peixoto de Magalhães Neto, para retratar o que seria o Carnaval de Salvador de 2020: só que não.

Contradizemos a palavra de ordem do prefeito ACM Neto, podemos afirmar que o Carnaval de Salvador de 2020 foi, sem dúvida, um dos piores carnavais dos últimos dez anos, coincidindo com seus dois mandatos. Apenas analisando os oitos carnavais de sua administração, a Revista EXCLUSIVA, mesmo fora do Carnaval desde o ano passado, 2019, não tem dúvida: 2020 foi o pior. Mesmo o primeiro Carnaval sob sua administração no início do seu primeiro mandato foi bem melhor, mais bonito e concorrido, isso recebendo a Prefeitura de um prefeito que nada entendia da festa. Aliás, aquele sim, poderia até ter sido considerado o “Carnaval dos carnavais”.

Falta de ornamentação

Foi literalmente triste ver as ruas e avenidas completamente sem decoração, sequer um adereço que de fato lembrasse o Carnaval que retrata as cores, alegria, descontração. O que se viu foi pequenos estandartes de uma figura muito mal feita, penduradas em alguns postes da Rua Carlos Gomes, figura essa que mostrava um ser esquisito com corpo de homem/mulher e rosto masculino afeminado, que lembrava mais uma parada gay que um Carnaval dos carnavais. Lastimável!

 

 

Queremos saber onde ficaram os grandes concursos para a decoração da cidade que outrora, inclusive nas administrações de ACM, o cabeça branca, avô do atual prefeito, eram feitos com uma concorrência de movimentar a cidade e toda a imprensa? Com o quê mais a Prefeitura de Salvador se preocupou além de contratar a peso de muito ouro e pedras preciosas, atrações fantasiosas e apadrinhadas para fazerem shows gratuitos para o público; de se preocupar em cobrar taxas dos pobres ambulantes, e muitos deles não tirou nas vendas o dinheiro da licença; de implantar dezenas de pórticos, caríssimos, para “coordenar” a entrada de veículos em ruas do entrono dos circuitos carnavalescos faturando altas somas em multas dos desavisados?

Esvaziamento do Centro da Cidade e adjacências

Os empresários carnavalescos mercenários começaram com o êxodo do Circuito Osmar – Barra/Ondina, rumo ao Dodô, Campo Grande/ Praça Castro Alves/ Carlos Gomes. Um atrás do outro até tirar absolutamente todos os blocos mais tradicionais do Centro, com exceção de As Muquiranas. Contudo vimos que os gestores públicos do Carnaval foram coniventes e parceiros, admitindo sem nenhuma resistência e imposição, sabendo inclusive, que isso poderia por fim ao Carnaval tradicional da capital baiana.

O Circuito da Barra foi instituído como “Alternativo”, para dar espaço a quem não tinha no outrora concorrido Carnaval do Centro da Cidade. Como o espaço à beira mar é mais bonito, mais arejado, mais glamouroso, todos desceram para a praia, levando, inclusive, toda a imprensa ,que praticamente abandonou o Circuito Osmar, tanto que a partir das 18 horas, não se vê mais ninguém, além da TVE, que pertence ao Governo do Estado.

A administração pública poderia agir, já que manipula tudo e a todos de forma até mesmo ilegal. Pode por exemplo, determinar a quantidade de vezes que cada atração poderia e deveria participar em cada circuito do Carnaval. Sim, poderia e isso não custaria nenhum centavo aos cofres públicos, já que as grandes atrações teriam que se adequar para participar de todos os circuitos, todos os dias, pois a não participação lhes trariam grandes prejuízos, não só financeiro, mas, sobretudo, de mídia espontânea gratuita para todo o Brasil e o mundo.

Solução se tem para tudo, basta consultar a quem entende e não contar apenas com o “conhecimento das causas perdidas” que parte do secretariado que o governo municipal possui. Se os empresários e o poder público que organiza o Carnaval não tomarem uma tenência, vai ter que haver uma regulação compulsiva. Caso contrário o Carnaval de Salvador se reduzirá gradativamente. Hoje o que salva o Carnaval da Barra, por exemplo, é o público LGBT, que não obstante as orgias que fazem em praça pública, traz divisas para a cidade e para o Estado, eles fomentam a festa, porém esse mesmo contingente LGBT não sustentará tudo por muito tempo porque a ausência gradual dos que não se alinham com esse mesmo público, se vai ano a pós ano e fará muita falta nessa arrecadação, nas vendas de comidas e bebidas, nos camarotes, nas ocupações dos leitos hoteleiros, enfim, até mesmo no turismo carnavalesco, sem contar a fama de Sodoma e Gomorra que a Cidade de Salvador está pegando lá fora.

Rola nas redes sociais um vídeo com uma bela jovem mulher, hétero, a Jaciana, uma cidadã/ turista/ foliã de Brasília, que em tom de deboche afirmou que “nunca mais (voltoa Salvador) na minha vida, sabe por que? Aqui só tem viado e eu não tô afim mais de ficar olhando pra viado se beijando, eu sou hétero e quero beijar homem e não tem homem nessa porra dessa cidade… A melhor parada gay do mundo está aqui em Salvador”. Será que ela tem razão? Então, que se faça a REGULAÇÃO do Carnaval, instituindo dias e locais de desfiles obrigatórios para quem quiser desfilar. O poder público determinou sem consultar a população, quem poderia “ir e vir” com seus veículos a determinados locais da cidade, ferindo de forma vil a Constituição Federal que diz que “todo cidadão tem o direito de ir e vir em todo território nacional”, então que determine que pode desfilar em determinado circuito em determinado dia ,e ponto final, resolvido a questão do Centro da Cidade.

Carnaval do Centro da Cidade

Não se tem muito o que falar: foi pior dos carnavais de todos os tempos. Se a prefeitura tentou, tudo bem, valeu a tentativa, mas não obteve êxito, apesar do que é divulgado na imprensa de forma irresponsável e antiética, contando mentiras para o público. Só que esse mesmo público que viu de perto tudo o que aconteceu e o que ficou faltando, não será enganado. De aproximadamente 10 pessoas entrevistadas sobre como viram o Carnaval 2020, 100% responderam que não gostaram, que estava muito fraco, que muitos anos atrás era bem melhor.

De certo que algumas boas atrações desfilaram pelo Circuito Osmar, a exemplo de Ivete Sangalo, Cláudia Leitte, Harmonia do Samba, Léo Santana, Saulo e Psirico, alguns através de suas entidades carnavalescas, outros contratados pelo Governo do Estado e pela Prefeitura, mas não foi o suficiente para atender a demandados anseios populares que queriam muito mais.

Carnaval de Ondina

Deveria ser o mais glamouroso dos circuitos pela geografia, por conta dos grandes e belos camarotes montados em todo o percurso, pelas grandes atrações que fazem questão de lá desfilarem, muitas delas somente nesse circuito, tendo desprezado de vez o Circuito Osmar, contudo isso não será mais possível, a menos que haja uma regulação para os desfiles de determinados blocos, como o de Cláudia Leitte e de Daniela Mercury, ambos de público LGBT, que protagonizam ações de orgias realizadas em praça pública sem igual no Brasil. Esses locos deveriam sair por último, depois das duas horas da madrugada, pelo menos nesse horário não haveria mais crianças e senhoras no circuito.

Carnaval do Centro Histórico

O mais belo do s belos carnavais de Salvador, mas que esse ano deixou a desejar. Grandes barracas tomaram conta do Terreiro de Jesus, onde desfilam os bloquinhos, as batucadas, todos com bandas de sopro e percussão. Também faltou a ornamentação, tão bela em outros tempos.

Muitos idosos, crianças e turistas se espalhavam pelo Centro Histórico, preferindo aquela região por garantir mais segurança e menos confusão.

Portais de “baculejo” ineficazes

Não entendemos a justificativa da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, para copiar o “baculejo” que é feito em algumas cidades onde se realiza carnavais. É uma importunação e atraso de vida para todos os foliões que são acometidos de perda de tempo bem como de constrangimento ao serem baculejados e revistados nesses pórticos. Um absurdo o tamanho das filas que tais procedimentos causam. Em Ondina, por exemplo, a própria Polícia calculou fila com mais de três mil pessoas, sendo renovada e dispersada ao passo que as pessoas entravam no evento depois do baculejo.

Do que adianta isso para quem quer levar uma arma, droga ou algo que o valha? Absolutamente nada. Quem vai levar armas e drogas vai passar por uma barreira desse tipo, já que tem a oportunidade de entrar no evento mais cedo, momento e quem está tudo liberado? Obvio que não vai. Não teve nenhuma apreensão de droga ou arma registrada nessas barreiras, o que demostra a ineficácia da ação, além de causar um custo elevado na montagem dos pórticos e afins.

Enquanto às câmeras de identificação facial que tem dado resultado, independe dessas barreiras, podem ser instaladas por todo o circuito, com muito mais eficácia.

O Governo poderia converter o custo das abordagens em soldo e extras para os policiais, teria mais proveito.

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