Caso Neymar РUma Quesṭo de Educa̤̣o

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22/09/2010

A polêmica envolvendo o Neymar, jogador do Santos, tem levado muitos especialistas a analisar uma questão educacional: a importância da imposição de limites na vida dos adolescentes.


O menino Neymar tem se mostrado arredio, estressado e algumas vezes arrogante. Muitos questionam que razões ele teria para isso, afinal, trata-se de um ídolo nacional, milionário e que alcançou esse patamar por esforço e capacidade próprios. Entretanto, parecem ser esses os fatores que contribuem para o desequilíbrio emocional que o jogador tem apresentado.


Vejamos pelo lado do garoto que em plena adolescência vê a vida se transformar de forma tão incrivelmente radical; ponderemos que não deva ser fácil para ele! A análise que eu faço é a de que Neymar está perdido em meio a essa transformação, totalmente despreparado para assumir o poder da fama e do dinheiro, e isso tem se manifestado de forma constante em suas atitudes hostis. O garoto tem insistido, inconscientemente, para que as pessoas vejam suas necessidades como ser humano, e não apenas como o jogador cujo desempenho é cobrado e esperado. Ao meu ver, Neymar não é um menino de má índole, como muitos estão insinuando, ele é apenas um garoto que, não encontrando limites na vida, está perdido, revoltado e inseguro.

Neymar, assim como qualquer adolescente, precisa de atenção, precisa ser ouvido, compreendido para dessa forma entender melhor o que se passa com ele. Arrisco-me a afirmar que, se questionado, ele sequer saberá responder o porquê de seu descontrole. Todo adolescente necessita de regras muito bem estabelecidas para sentir-se seguro e isso é muito mais que punir; sobretudo é ensinar que todos, em qualquer situação, temos direitos, mas também deveres. Limitar é mostrar que o outro também deve ser considerado quando decidimos a agir, que nunca devemos pensar apenas em nós mesmos, mas sim compreender que vivemos em grupo, ou seja, convivemos. No caso do jogador de futebol, por mais famoso e talentoso que seja, ele deve ter consciência que dentro do clube existem hierarquias que precisam ser respeitadas.

O clube deu o exemplo não ignorando as atitudes do jogador e punindo com multa em dinheiro e, principalmente não o deixando jogar na partida do último domingo.
Como educadora e mediadora de conflitos acredito que todo o adolescente, mesmo sendo o provedor da família, como no caso do Neymar, precisa de um porto seguro. Os papéis não podem se inverter, os filhos devem ter os pais como referência.
Já os pais precisam ensinar que caráter e ética nada tem a ver com dinheiro ou qualquer outro tipo de poder e que determinadas hierarquias precisam ser respeitadas.

 

 

Acredito no poder do diálogo, da empatia e do estabelecimento de limites para diminuir muito a agressividade e encurtar o caminho para a maturidade que jovens, assim como o garoto Neymar, precisam para estar seguros em suas caminhadas.

Educadora e Mediadora de Conflitos – www.suelyburiasco.com.br

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