Campanha para ajudar menino de 11 anos alerta para importância de doação de medula

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23/07/2015

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A Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba) registrou, em 2014, um total de 20.839 pessoas cadastradas para doação de medula óssea no estado. Até junho deste ano, já foi alcançado o número de 15.091 possíveis doadores. O simples procedimento de coleta de 5 ml de sangue pode aumentar a chance de vida de diversas pessoas, em todo o mundo, que aguardam por um transplante de medula óssea. Um desses candidatos à cirurgia é o baiano, de 11 anos, Tiago Lopes. Natural do município de Cansanção, na região do Sisal da Bahia, o garoto se deslocou com a mãe para Salvador para realizar tratamento, indisponível em sua região, ao ser diagnosticado com leucemia mieloide aguda. “Existe a leucemia linfoide aguda, que é mais comum na infância, e a leucemia mieloide aguda, que é menos comum. O que muda de uma para outra é o tecido que gera a doença. No caso da leucemia linfoide aguda, o prognóstico é melhor, com uma chance de 80% de cura só com quimioterapia, principalmente na infância. Já a leucemia mieloide aguda é mais agressiva e tem um índice de cura de apenas 50% só com a quimioterapia. Há ainda a leucemia mieloide aguda de alto risco, que é o caso de Tiago. A chance de cura só com quimioterapia é mínima”, explicou a oncologista Juliana Costa, que acompanha o tratamento de Tiago desde o início no Hospital Martagão Gesteira. A profissional disse ainda que a única chance de cura do menino é o transplante de medula óssea, que não pode ser considerado uma garantia de sucesso, já que o câncer pode voltar. No entanto, os pais e irmão de Tiago não são compatíveis, o que o colocou na lista de espera por um doador. A partir desse momento, a família do menino começou a pedir a amigos e conhecidos que realizassem o cadastro de medula óssea, até que começaram a contar com o apoio da ONG Seja Semente. “Eu pedi ao pessoal de lá [Cansanção] para ir [realizar o cadastro de medula óssea], então foram umas 10 pessoas. Tinha gente que tinha medo, então não ia. Eu pedi a uns parentes de São Paulo e depois pedi a esse grupo para me ajudar a fazer a campanha. Ele já ganhou até um ônibus para levar o pessoal [de Cansanção para uma cidade vizinha, onde é realizado o cadastro]”, contou Adelice dos Santos, mãe do garoto.

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Em Salvador, mãe e filho ficam hospedados no Núcleo de Apoio à Cura do Câncer Infantil (Nacci). Foi nesse espaço de acolhimento que Adelice conheceu os voluntários do grupo Seja Semente, a quem pediu apoio para realização de uma campanha de doação. Mas não só o grupo é responsável pela campanha, como também o próprio Tiago. “Ele é muito animado, gosta de pintar, brincar com os amigos, está sempre sorrindo. Inclusive, foi ele que pediu para colocar uma foto em que estivesse feliz. Deu até mesmo informações sobre o cadastro de medula para serem colocadas na campanha”, afirmou Marília Pires, uma das idealizadoras da ONG. “A gente fez primeiro a campanha entre os voluntários da Seja Semente. Nós fizemos o cadastro e agora estamos buscando mais pessoas. Afinal, a campanha é ‘Sou Semente. E Você?’”, completou. Com a campanha, o grupo pretende ajudar Tiago a encontrar um doador compatível e, consequentemente, ajudar também muitas outras pessoas, já que as pessoas cadastradas podem ser compatíveis com outros pacientes que precisam do transplante. A oncologista Juliana Costa ainda explicou que a coleta da medula óssea é um procedimento simples, mas que necessita de sedação. “A medula óssea é retirada do osso da bacia com uma agulha. Não tem nada a ver com medula espinhal, então não tem relação com a coluna, como muitas pessoas pensam e acabam ficando com medo. A medula óssea é como se fosse a fábrica do sangue. Aí, a depender do paciente, é retirada uma quantidade específica”, ressaltou. Para realizar o cadastro, o voluntário precisa se dirigir a um posto do Hemoba com documento de identificação com foto para coleta de 5 ml de sangue. É necessário apenas ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado de saúde e não apresentar doença infecciosa ou incapacitante. A amostra, então, será analisada, e o resultado será incluído no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

 

Fonte: BahiaNotícias

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