Groovada chega para resgatar a cultura dos tambores da Bahia

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23/03/2015

Projeto de rua e palco explora grandes percussionistas e a criatividade adormecida do Estado.

Os instrumentistas baianos Márcio Brasil, Gustavo Di Dalva e Cara de Cobra começaram a idealizar o projeto no início de 2014, poucos meses depois os ensaios já estavam acontecendo e dessa forma a Groovada passou a ganhar vida. Filhos do Olodum e da Timbalada, os percussionistas já tocaram juntos com artistas como Luiz Caldas, Gilberto Gil e Ivete Sangalo.

Eles enxergam a Groovada como uma forma de resgatar o movimento de percussão de rua em Salvador e dar continuidade ao que os mestres Neguinho do Samba, Jackson, Prego e tantos outros construíram na formação dos grandes percussionistas brasileiros da atualidade. Criar ritmos e trazer de volta o uso de instrumentos percussivos afro baianos, que estão sendo deixados de lado, são alguns dos objetivos da Groovada. A bateria percussiva funciona como uma espécie de laboratório, que incialmente foi divulgado apenas através da internet, e já ensaia com cerca de 50 percussionistas, curiosos e iniciantes no Largo Santo Antônio, no bairro do Barbalho.

Inspirada em baterias como do Lordes, Coruja, Badauê, Muzenza, Ilê Ayê, Comanche, Apache do Tororó, Gigantes de Bagdá, Olodum, Timbalada, Bragadá, entre outras, a Groovada tem a intenção de contribuir e levar adiante a ideia de escola de percussão de rua para outras gerações, não deixando esse movimento cair no esquecimento, nem perder as suas origens.

Além da formação de rua, a Groovada já está ensaiando e gravando com uma banda de palco, composta por: voz, gaita, viola caipira, viola machete, teclado, dez percussionistas e bateria. Samyres Fonseca é o nome da vocalista da Groovada. Ela começou a cantar aos seis anos, quando já ouvia o inesquecível Michael Jackson. Aos 10 aprendeu a tocar violão, aos 14 fez o seu primeiro show profissional na Praça de Serrinha (BA) e de lá pra cá não parou mais. Cantou em bandas de forró da região, montou um trio que se chamava Soul Black, foi passar uma temporada em Camaçari, também na Bahia, seguiu para Morro de São Paulo e pouco tempo depois gravou o seu primeiro CD. Aos 21 anos foi viver novas e enriquecedoras experiências com a música na Alemanha. E agora está dando voz ao projeto Groovada.

As gravações resultaram em um CD com sete canções inéditas e autorais. “Don’t Cry”, “Balde d’Água”, “Sinto sol”, “Virou amor”, “Dengo”, “Afro dendê” e “Acordo e rezo” estão no set list do disco, que tem a produção musical de Márcio Brasil, Gustavo Di Dalva e Cara de Cobra, idealizadores da Groovada.

No repertório dos shows, que devem começar a acontecer em abril, o Grupo pretende resgatar a Bahia antiga e acertar na linguagem abordada também através de canções de Lazzo, Moraes Moreira, Olodum, Muzenza e Ilê Ayê.

Percussionistas idealizadores da GroovadaMárcio Brasil é músico profissional desde muito jovem. Sua escola como percussionista foi o Olodum, onde durante cinco anos participou da sua banda mirim. Em 1990 foi tocar com Luiz Caldas, onde também ficou por cinco anos. Entre 1995 e 1997 passou pela Banda de Maçã, e no ano seguinte gravou o disco “Feijão com Arroz”, de Daniela Mercury, com quem fez turnê por um ano. Ainda em 1998, foi chamado para fazer parte da banda EVA, onde tocou por 15 anos e também fez parte da banda que acompanhou a carreira solo de Ivete Sangalo. Após participar do Perc Pan, comandado por Gilberto Gil e Naná Vasconcelos, foi convidado por Gil para participar da turnê do disco “Eu, Tu, Eles”, ocasião que foi gravado o CD e DVD São João Vivo.

Gustavo Di Dalva começou a tocar percussão aos sete anos, orientado por seu pai e mestre, Tony Mola. E aos 11 anos já tocava em trio elétrico de artistas como Luiz Caldas. Teve como padrinhos nomes da percussão baiana como Carlinhos Brown e Ivan Huol. Tocou com artistas como Milton Nascimento, Gal Costa, Maria Bethânia, Djavan, Marisa Monte, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Dominguinhos, Lulu Santos, Ney Matogrosso, Maria Rita, Sandy & Junior, Skank e Elba Ramalho. Gustavo já se apresentou em festivais internacionais como o Umbra Jazz Festival, na Itália; o Montreal Festival, no Canadá; o Summer Stage, em Nova York; o Nice Jazz Festival, na França; o North Sea Jazz Festival, na Holanda, dentre muitos outros. Alguns discos dos quais fez parte da gravação levaram o Grammy, entre eles estão Sergio Mendes – O Brasileiro (1993); Gilberto Gil – Quanta Live (1999); Caetano Veloso – Livro (2000); Gil e Milton – Gil e Milton (2001); Gilberto Gil – Eletra Acústico (2006); Gilberto Gil – Fé na Festa (2010), e Ivete, Gil e Caetano – Especial Ivete (2012). Gustavo também é compositor e produtor. Já co-produziu o disco da cantora Bel Maia, de Goiânia, e atualmente está produzindo três faixas do disco de Manuela Rodrigues.

Cara de Cobra – Aos 16 anos entrou na Timbalada e ao lado de Carlinhos Brown adquiriu bastante conhecimento no universo percussivo. Com a cantora Ivete Sangalo, já em carreira solo, Cobra tocou durante 12 anos. Atualmente o percussionista está focado no projeto Groovada e fazendo gravações para artistas sertanejos como Luan Santana e Jorge & Matheus, além de cantores do segmento Gospel como Thalles Roberto, Fernanda Brum e Eyshila.

Fonte:  Flávia Uzêda – Assessoria do Projeto Groovada

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