Bahia aposta no segmento náutico para atrair turistas

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27/08/2009

As principais oportunidades, vocações e também entraves para o desenvolvimento do turismo náutico na Baía de Todos os Santos (BTS) foram discutidos nesta terça-feira (25), durante seminário técnico de planejamento estratégico para o setor, na Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador.

O evento contou com a participação dos integrantes da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur), Fundação Escola de Administração da Ufba (FEA), além de representantes dos 14 municípios que fazem parte da BTS e setor náutico.

Na abertura, o secretário de Turismo do Estado, Domingos Leonelli, destacou os esforços da pasta para o desenvolvimento da náutica como segmento para atração de visitantes, e do Governo, através de outras secretarias, para despoluição e preservação da BTS.

“Somente do Programa de Aceleração do Crescimento estão sendo investidos R$ 287,5 milhões em ações de recuperação de mananciais, na ampliação do sistema de esgotamento sanitário de 14 municípios e na implantação de novos sistemas de esgotamento”, afirmou.

O consultor internacional contratado pela FEA – que está responsável pelo Planejamento Estratégico do Turismo Náutico na BTS – Gilberto Zangari, apresentou um diagnóstico obtido por meio de visitas técnicas e análises da região.  De acordo com o relatório, a costa do Recôncavo Baiano tem como principais pontos fortes o clima, a temperatura da água, condição dos ventos, “ideais para a prática de esportes náuticos”, o potencial para a implantação de novas marinas, além da boa imagem que o estado possui na Europa.

Um dos aspectos que mais chamaram atenção do italiano em sua incursão pelos mares baianos foi a presença de 15 barcos estrangeiros, de diferentes países, nas águas da BTS.

Por outro lado, ele pontuou como ponto negativo a ausência de estaleiros para a fabricação de embarcações. “É preciso criar um ambiente sustentável para o desenvolvimento do turismo náutico e esses estaleiros podem inserir economicamente os moradores locais”, analisa.

Zangari destacou ainda os principais segmentos de mercado do turismo náutico e disse que a criação de escolas de vela, o incentivo às empresas de aluguel de barcos de passeio (charter) e a criação de estaleiros para a produção de pequenos barcos podem, no médio prazo, alavancar a atividade no estado.

O coordenador do projeto de planejamento estratégico do turismo náutico que está sendo elaborado pela FEA, Robert Philips, ressaltou a realização dos encontros de discussão realizados em Cachoeira, Itaparica, São Francisco do Conde e Salvador, que possibilitaram a confecção de um relatório que será apresentado ainda este ano. “Houve uma participação maciça da sociedade civil, de ONGs e do segmento náutico que, juntos, expuseram seus pontos de vista e necessidades”, observou.

 

Trabalho e renda – O consultor náutico do Governo do Estado, Walter Garcia, destacou que o segmento tem uma grande capacidade de atrair visitantes de alto poder aquisitivo e de geração de renda para os moradores locais. “Além disso, uma grande regata como a Velux Ocean Race, que virá à Bahia em 2011, traz um grande retorno de mídia, uma vez que pode render mais de mil reportagens em jornais, sites, revistas e emissoras de TV de diferentes lugares do mundo”.

No Brasil, o turismo náutico ainda não se consolidou como um produto. Por isso, a Bahia foi escolhida pelo Ministério do Turismo para o desenvolvimento de um projeto-piloto para o setor. Os investimentos para que a FEA elabore o diagnóstico do segmento no estado foram de R$ 150. “A ideia é que esse projeto sirva de guia para a realização de intervenções que venham a ser feitas na Baía de Todos os Santos”, informou a superintendente de Investimentos da Setur, Inez Garrido. 

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